quarta-feira, 17 de abril de 2013

O que é a Caatinga?






 Caatinga (do tupi: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca) é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. Este nome decorre da paisagem esbranquiçada apresentada pela vegetação durante o período seco: a maioria das plantas perde as folhas e os troncos tornam-se esbranquiçados e secos. A caatinga ocupa uma área de cerca de 850.000 km², cerca de 10% do território nacional, englobando de forma contínua parte dos estados da Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia (região Nordeste do Brasil) e parte do norte de Minas Gerais (região Sudeste do Brasil).


As principais características da caatinga são:


- forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes profundas;
- presença de cactos e bromélias;
- os arbustos costumam perder, quase que totalmente, as folhas em épocas de seca (propriedade usada para evitar a perda de água por evaporação);
- as folhas deste tipo de vegetação são de tamanho pequeno.



Biodiversidade:



Ao contrário do que muitos pensam, a Caatinga apresenta grande variedade de paisagens, relativa riqueza biológica e endemismo. Até agora foram identificados 1.200 espécies de plantas vasculares, 185 espécies de peixes, 44 lagartos, 47 cobras, 4 tartarugas, 3 crocodilos, 49 anfíbios, 350 pássaros e 80 mamíferos. A porcentagem de endemismo é muito alto entre as plantas vasculares (aprox. 30%) e um pouco menor no caso dos vertebrados (até 10%). A maioria dos animais da Caatinga tem habitos noturnos.
Vegetação:

A vegetação predominante da Caatinga é do tipo Savana Estépica (estacional - decidual). Esta floresta aberta, muitas vezes seca apresentando três estratos diferentes: arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo muitas vezes com a presença de suculentas / cactáceas e bromeliáceas (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros).
Solo: 


A falta de capacidades de armazenagem da água, devido a solos rasos e pedregosos, dificulta ainda mais a situação. Por outra parte, os solos da Caatinga são bastant férteis (diferente do Cerrado). Por isso, a melhor época para turismo é o período de chuvas quando a Caatinga se transforma em um verdadeiro jardim.

Geologia / Geomorfologia: 

A Caatinga se desenvolve sobre terrenos pré - cambrianos da Província Borborema, no norte do Escudo Atlântico. Está repleta de granitóides (plutóns) neoproterozóicos que intrudiram a província durante a colisão de blocos continentais, na gênese de Gondwana - Ocidental (Ciclo Brasiliano - Pan Africano).

Localização

O bioma Caatinga abrange cerca de 850.000 km2, o que representa 10% do território brasileiro. Se localiza no sertão da região nordeste do Brasil, nos estados de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. È cercado pelos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado.



Clima

o solo é raso, pedroso e salgado, também é composto por diferentes tipos de rochas.




O clima da Caatinga é semiárido quente com uma estação seca extensa de até oito meses. As chuvas ocorrem no início do ano mais a seca volta rápido , ou seja, surgem pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de folhas existem áreas do sertão que já ficaram sem chuva por mais de três anos. Este clima particular dentro dos trópicos (normalmente úmidos) é devido a influência de massas de ar continentais equatoriais secas e a presença de centros de alta pressão, formados no Atlântico, que durante o inverno invadem os sertões secos. Devido a proximidade do Equador, as temperaturas médias estão constantemente em torno de 26°C, com precipitações médias anuais de apenas 600 mm. A maioria dos rios secam no inverno.

Fauna


Tatu-peba



A fauna possui baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas. Apesar da pequena densidade e do pouco endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves e 120 de mamíferos, num total de 876 espécies de animais vertebrados, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados. Descrições de novas espécies vêm sendo registradas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros.
Na Caatinga vive a ararinha-azul, ameaçada de extinção. O último exemplar da espécie vivendo na natureza não foi mais visto desde o final de 2000. Outros animais da região são o sapo-cururu, asa-branca, cutia, gambá, preá, veado-catingueiro, tatu-peba e o sagui-de-tufos-brancos, entre outros.

Flora


A flora da caatinga é tão marcante na paisagem que dela derivou o próprio nome do bioma (caatinga, do tupi = mata branca), assim chamada pelos índios pela sua característica marcante, a de perder as folhas no período de estiagem exibindo um emaranhado de troncos tortuosos e esbranquiçados.



Transição entre o período seco e chuvoso na Caatinga, um dos fenômenos mais interessantes desse bioma.




A vegetação, na maioria das vezes, apresenta uma forma arbustiva, composta por espécies lenhosas de baixo porte (geralmente até 5 m de altura) entremeadas por cactáceas e bromélias terrestres, porém a caatinga compreende também uma forma de vegetação de porte mais elevado e denso que é a chamada caatinga arbórea, com espécies de mais de 20 metros de altura, raríssimas atualmente devido a exploração histórica desenfreada.

  

Tatu-bola da Caatinga é escolhido como novo mascote da copa

A escolha do mascote para copa do mundo, que será realizada no país em 2014, pode mudar a realidade de um animalzinho genuínamente brasileiro e que corre sério risco de extinção. Trata-se do tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), que agora ocupa lugar cativo nos noticiários e será oficialmente anunciado pela Fifa neste domingo como símbolo do Mundial.
Para ambientalistas, a escolha do animal, que apenas é encontrado na caatinga e cerrado do Brasil, representa uma vitória, pois veem uma oportunidade única de discutir os meios de garantir a preservação da espécie.


Mas de onde veio a ideia de indicar o tatu-bola como mascote? A iniciativa foi da Associação Caatinga, sediada no Ceará, e que há 14 anos trabalha em prol da preservação da natureza. A ONG lançou uma campanha sugerindo o bicho como mascote, em fevereiro deste ano, e conseguiu apoio expressivo na mídia e em redes sociais. ”A escolha deste animal, dentre tantas outras espécies silvestres, surgiu devido à habilidade que ele tem de se curvar sobre si mesmo, protegendo-se quando ameaçado, assumindo a forma de uma bola”, destaca a entidade.
A ONG também viu uma oportunidade de ressaltar a beleza e curiosidades sobre o animalzinho. “É uma espécie só nossa, de comportamento tão peculiar, que poderia agregar a Copa, mostrando ao mundo a nossa rica natureza e o nosso compromisso com a biodiversidade, sensibilizando o povo brasileiro para a necessidade de cuidado e proteção da natureza.”

Bola como proteção:


O tatu-bola é o menor do Brasil – pode medir, no máximo, 50 centímetros – e é o mais ameaçado. Sua caça já o fez desaparecer de vários Estados, já que muitos apreciam sua carne, considerada uma iguaria.
Ainda segundo a Associação Caatinga, o tatu-bola não escava buracos como muitos pensam e, sim, aproveita as tocas abandonadas que encontra na natureza para se esconder dos possíveis predadores. Ao perceber a presença de onças ou raposas, por exemplo, seu corpo se contorce e ele esconde as partes frágeis como o tronco, a cabeça e as patas no interior de uma dura carapaça – que se fecha e fica em formato de bola.
“Os tatus são dotados de três cintas móveis, de onde origina o nome tricinctus. Eles têm hábito noturno e alimentam-se basicamente de cupins, formigas e frutas”, segundo a ONG.